terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Carinho é Bom investimento

CARINHO É BOM INVESTIMENTO
Havia uma pequena aldeia onde não existia dinheiro. Tudo o que as pessoas precisavam para viver feliz elas obtinham trocando CARINHO umas com as outras, simbolizado por um floquinho de algodão.

Era comum as pessoas darem seus floquinhos sem querer nada em troca, pois sabiam que receberiam outros num outro momento, outro dia.

Uma bruxa, que vivia fora da aldeia, convenceu um garoto a não mais dar seus floquinhos. Desta forma ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria tudo o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar seus floquinhos e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta deles, ficando até difícil de se mexer ali.

Quando se deu conta, a cidade já não tinha mais CARINHO. E em seu lugar apareceram coisas ruins como a GANÂNCIA, ROUBO, ÓDIO, XINGAMENTO, INDIFERENÇA.

O menino foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO e foi procurar a velha para dizer-lhe umas boas, mas não a encontrou. Disposto a reparar o mal, pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos nela e caminhou pela cidade disposto a distribuí-lo graciosamente a todos. Mas as pessoas não recebiam CARINHO a tanto tempo que o olhavam com DESCONFIANÇA.

Por fim, conseguiu distribuir todos eles, mas não recebeu nenhum de volta e ficou um dúvida se tinha feito a coisa certa. Foi quando a ESPERANÇA apareceu e disse-lhe que continuasse até que todos voltassem a se lembrar da importância de dar e receber CARINHO. Ao que ele respondeu: - Não tenho mais CARINHO para dar, minha carriola está vazia.

Tem sim, disse-lhe a ESPERANÇA, sua carriola pode estar vazia, mas seu coração, com certeza, está cheio.

- É verdade, disse o menino, já não me sinto mais triste e sozinho, que mistério é esse?

- Ao distribuir CARINHO, você estava semeando uma boa semente, e todos o que semeiam uma semente tão boa como esta, certamente colherão em abundância.

 


Aquilo que o homem semear, isso também ceifará.
Gálatas 6.7

terça-feira, 15 de novembro de 2011

LAODICÉIA Ap3.14-22

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À igreja em Laodicéia, 3.14-22
14 Ao anjo (cf. nota 179) da igreja em Laodicéia (cf. nota 180) escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!
16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;
17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
14 Sobre a indicação dos destinatários e a ordem para escrever, cf. EXCURSO 1a, sobre a auto-apresentação, cf. EXCURSO 1b. Estas coisas diz o Amém. Em 2Co 1.20 ainda se formula de maneira gramaticalmente correta: ―Cristo é o Amém [neutro]‖. Aqui, porém, consta uma abreviação lapidar: o Amém ([masculino] a saber: aquele que se chama ou é Amém). Ponto de partida talvez seja Is 65.16. Deus não apenas jura, Ele próprio é um juramento. Entre Ele e Sua Palavra simplesmente não se pode meter nenhuma cunha, porque nEle não existe um ―entre‖. Seu dizer e ser apóiam-se um sobre o outro e são a mesma coisa. Esse Deus, pois, mostra sua face em Jesus. Quem vê Jesus, consegue contemplar o Amém, ouvir seu juramento, experimentar sua fidelidade.
Esse Senhor depara-se com uma igreja que é totalmente igreja por aparência. Também em outras igrejas ocorrem abismos entre aparência e verdadeiro ser. Aqui, porém, o acusado ainda interrompe presunçosamente para se justificar (v. 17): ―Tenho tudo, não me falta nada‖. Por meio dessa glorificação própria, Laodicéia chega a uma perigosa vizinhança com a Babilônia (Ap 18.7). Sob essas condições, o que seria o testemunho cristão senão mera enxurrada de palavras? Incide, portanto, no âmago dessa verborréia a palavra, o juramento, o Amém.
A testemunha fiel e verdadeira. A ―testemunha fiel‖, reforçada por ―verdadeira‖ (cf. nota 230) deve ser interpretada conforme Ap 1.5, a saber, na sua relação com a Sexta-Feira da Paixão. O Amém que Ele concretiza, o juramento que Seu amor jura, foram selados pelo seu sangue. Todo discurso de Deus em Cristo é consistente em si e aproxima-se dessa igreja morna como eternamente confiável, como fidelidade pura e como amor ardente. Será que esse braseiro poderá incendiar-se em Laodicéia?
A auto-apresentação encerra-se com as palavras: o princípio da criação. De acordo com Cl 1.18 e, sobretudo, com Ap 1.5, é recomendável que essa formulação remeta à Páscoa enquanto fundação do novo mundo. Conseqüentemente, todas as designações possuem profundidade cristológica. Fala-se de Sexta-Feira da Paixão e Páscoa, e o oráculo do vencedor no v. 21 fala da Ascensão. A proclamação dos grandes feitos de Deus emoldura, portanto, a mensagem a Laodicéia.
É evidente que isso acontece intencionalmente diante de uma igreja para a qual nada é tão necessário quanto ser novamente evangelizada. Essa missiva distingue-se das demais pelo fato de que fala incessantemente de Cristo e o aproxima em renovadas formulações da situação da igreja (cf. o comentário sobre os ditos de gravação), pressupondo pouco e não abordando nenhuma correlação bíblica mais profunda. Em contrapartida, refere-se de modo especialmente nítido à situação da igreja. Não é por acaso que evangelistas preferem esse texto.
15 O inquérito judicial (EXCURSO 1c) trata essa igreja como um bloco único. Não há os ―demais‖ (Ap 2.24) ou ―alguns‖ (Ap 3.4 [BLH]) que se mantêm fiéis. Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Água fervente ou fria tem utilidade. Contudo, a quem fortaleceria ou refrescaria água morna? Nessa passagem, ela está sendo oferecida a Cristo, pois ele a degusta em sua boca (v. 16). Ela o repugna. Ele é hóspede em Laodicéia e, com a maior tranqüilidade, os anfitriões servem-lhe água morna. Servem-no com seu serviço lerdo, com seus cultos sonolentos, com orações de ladainhas e com seu cuidado pastoral negligente. Conheço, diz o Senhor diante dessa atividade. Obviamente ele o sabe, pois ele tem de experimentá-lo. Toda a mornidão na comunidade, toda atitude lerda e desligada, também diante das pessoas, fere a ele. O que é feito a um de seus mais humildes irmãos, é praticado contra ele.
Não somente Cristo, também Satanás conhece a maré espiritual baixa da comunidade (cf. o comentário a Ap 3.1). Por isso ele os deixa integralmente em paz. Por isso não se informa nada sobre tentação e perseguição, negação, apostasia ou abalos. Tudo está intacto e tudo se realiza. O quadro de membros não dá razão para preocupações. Sim, os membros mornos consideram o Senhor Jesus Cristo tão inócuo, que nem sequer se desligam.
Quem dera fosses frio ou quente! Essa exclamação denota uma avaliação definida. O grau mais alto é ―quente‖, p. ex., nos termos de Rm 12.11: ―sede fervorosos de espírito‖. Depois segue-se na escala de valores a rejeição clara e fria. No nível mais baixo, porém, está a mornidão. É nele que se abafa de modo suave, mas determinado, o ardor e rugir do Espírito, evitando-se de toda forma ser um adversário. Normalmente, esse caminho intermediário entre os extremos é considerado o ―equilíbrio áureo‖. Contudo, o cristão ―nem a favor nem contra‖ na verdade não se encontra no meio, mas sim em queda livre, no ponto mais baixo da escala de valores.
Entre a acusação e a palavra de ameaça (EXCURSO 1d) normalmente encontra-se o chamado ao arrependimento. Na presente missiva, porém, precipita-se uma ira tão incandescida sobre a situação da comunidade que a ameaça é acrescentada no mesmo fôlego. Isso não significa que não seja mais possível o arrependimento, pois mais adiante segue-se o convite para ele. Antes significa que diante da igreja amornada não se apresenta nenhum Senhor morno. Seu ardor é esperança para todos os mornos.
16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. Com vistas a quatro igrejas o Senhor dissera: ―Tenho algo contra ti!‖ Agora é declarado: ―Tu me repugnas!‖ Esse é o ápice da condenação. Ainda assim – ele ainda suporta os insuportáveis por algum tempo. Justamente nesse ponto segue-se uma palavra de arrependimento extraordinária (EXCURSO 1d), um lutar e requestar por Laodicéia.
17 Agora a igreja toma a palavra, revelando uma arrasadora ignorância diante do conhecimento de seu Senhor no v. 15: pois dizes: Estou rico e abastado. Foi assim que falou em outra ocasião o rico fazendeiro em Lc 12.19. No presente texto fala um comerciante rico. ―Sim‖, pondera ele, ―tornei-me rico‖. Conhecemos a opinião das pessoas bem-sucedidas, como se refestelam em suas recordações sobre como levantaram seus negócios. No passado assumiram um pequeno comércio, agora possuem uma gigantesca loja de departamentos! A conclusão talvez soe como Zc 11.5: ―Não o consideram pecado algum, e dizem: louvado seja Deus, agora sou rico!‖ (tradução do autor). Da mesma maneira acontece aqui, que a gabolice com o sucesso material transita para a presunção de uma posse religiosa. N preciso de coisa alguma. Em 1Co 12.21 essa formulação ocorre em relação a outro membro da igreja: o irmão não tem nada de significativo para me oferecer. O que ele fala não é importante. Comigo mesmo tenho o suficiente. No presente texto, porém, o orgulho do que providencia tudo por si mesmo levanta-se diante do próprio Senhor. Jo 15.5 é virado de pernas para o ar: ―Sem ti podemos realizar tudo!‖ É assustador formulá-lo dessa maneira, mas quantas vezes isso é praticado na vida (1Co 4.8)! Nessa auto-suficiência diante de Jesus, nesse afastamento do trono de sua graça residem o pecado originário da igreja, bem como o começo do fim.
Entretanto, nem mesmo Sansão notou que sua força o abandonara: e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável (―e nem sabes que és miserável e digno de pena‖ [tradução do autor]). É assim que se apresenta o quadro da realidade do homem ativo nos negócios e conformado com o mundo, que acompanha tudo. Ele está tenso e desgastado, o tipo de atribulado de Mt 11.28 (o mesmo vocábulo em Rm 7.24). Ele deveria chegar a Jesus, porém não o sabe. Ele se considera independente: ―Não careço de nada‖. Contudo, tem necessidade dos remédios e da cura para o coração. Toda vez que alcança o sossego, busca o divertimento e os compromissos, saindo logo de novo às pressas. Sobretudo teria necessidade da compaixão e, finalmente, do arrependimento. E por estar tão sobrecarregado, é digno de pena. A ira não torna Jesus cego para o pecador. Ele preserva o olhar pela pobre criatura. Ela lhe dá pena, e muito mais quando ela mesma não tem consciência de si, mas ainda se auto-engrandece. O estado espiritual é caracterizado com três ilustrações: pobre, cego e nu (cf. abaixo).
18 A esses três pontos enfermos correspondem os três conselhos. Aconselho-te. Talvez haja aqui uma conotação do linguajar comercial. Jesus se apresenta como comerciante (Mt 13.45), oferecendo três especialidades de Laodicéia famosas naquele tempo. Pelo que se evidencia, a igreja entrementes misturou-se intimamente com o mundo que a envolve. Enquanto antes constituía um templo de Deus nessa cidade de lojas, agora ela própria se tornou um estabelecimento comercial (Jo 2.16), estando acomodada ao seu contexto. O espírito de negócios, de compra e de regateio, havia deslocado o Espírito Santo. Por amor à igreja, porém, Jesus se transforma num mercador, que tenta superar todos os seus concorrentes: ―de mim compres, com toda a certeza receberás boa mercadoria‖. Com tenacidade, quase como de um mascate, ele oferece ora isso, ora aquilo, sempre apresentando ao freguês reticente novas mercadorias. O Filho Eterno se rebaixa a um ponto tão humilde. Fez-se um laodicense para os laodicenses, a fim de conquistá-los.
Com o que Laodicéia deverá pagar? Seguramente essa resposta teria de ser respondida com Is 55.1: ―Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite‖ Também Ap 22.17 conhece essa curiosa ―aquisição‖. Com certeza reside nisso um indício dos altos ―preços‖ que o ser humano paga nesse mundo por artigos de pouco valor, comprometendo pureza, honra, paz e saúde. Junto desse novo ―comerciante‖ na verdade se comprará com vantagens, sim, de forma extraordinariamente vantajosa, a saber, de graça. Ele começa com suas ofertas:
De mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres. O ouro dos bancos de Laodicéia tinha boa fama por causa da consistência de seu valor (cf. nota 243). Ao adquiri-lo, o freguês estava bem atendido. Contudo o mercador adverte: ―Todos vocês que se abasteceram do ouro de Laodicéia, são pobres e terrivelmente enganados. Façam rapidamente negócios comigo e tornem-se verdadeiramente ricos.‖ Nesse texto, ―ouro‖ é expressão da verdadeira posse. Todas as missivas às igrejas falaram sobre ter e não ter (nota 185). Cristo faz o balanço. Ele encontra prateleiras totalmente vazias. Contudo, ainda há tempo. Ele quer ajudar a igreja a passar do passivo para o disponível, ou seja, para que tenha amor, fé, serviço, testemunho, esperança (cf. 1Pe 1.7,18; 1Co 12,13).
Vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez. Laodicéia possuía uma indústria têxtil produtiva, sobretudo para tecidos pretos, da moda (cf. nota 243) – Diz-se que os acusados compareciam de preto diante do tribunal. Os condenados eram despidos (aqui, no v. 17; também Jesus foi despido antes da crucificação), réus absolvidos recebiam uma veste branca (cf. o comentário a Ap 3.4). São essas as correlações do nosso texto. O Senhor não deseja a nudez de sua igreja. Ele lhe oferece purificação e absolvição.
E colírio (―pomada‖) para ungires os olhos, a fim de que vejas. No Oriente as doenças nos olhos eram muito freqüentes, causadas pela forte irradiação solar, por constante poeira, exigüidade da água e falta geral de higiene. Por isso havia muitos cegos, muitos médicos de olhos e centenas de diferentes remédios na forma de pomadas, talcos e gotas. Também Laodicéia comercializava uma famosa marca desses produtos (cf. nota 243).
Quando o v. 17 chama a igreja de cega, sintetiza-se toda a miséria. Muitas vezes os cegos são pobres, e os pobres andam precariamente vestidos. A causa da pobreza e nudez reside na cegueira. A cegueira espiritual, da qual o AT fala com tanta freqüência, refere-se ao direito de Deus de fazer reivindicações, às conseqüências da desobediência, bem como à subestimação do pecado e de Satanás. De acordo com Jo 9.41 essa cegueira espiritual acomete aquele que a nega. Imaginemos uma pessoa cega que se porta como se pudesse ver, não permitindo que seja conduzida, nem tateando cautelosamente no seu caminho. ―Não preciso de ninguém, sei fazer tudo sozinho!‖ É essa a desastrosa cegueira que se apresenta no presente texto (v. 17).
Foi por isso que o grande médico de olhos diagnosticou primeiro: ―Estás cego!‖ e agora declara: ―Vendo para ti pomada para os olhos!‖
19 Nesse instante o Senhor tira a máscara do comerciante aplicado aos negócios, revelando-se como aquele que ele é: como amigo de todas as igrejas: Eu repreendo e disciplino a quantos amo. O amor de amigo (Jo 15.14,15, aqui no v. 20) expressa-se em duas atividades que, na formulação, constituem uma repercussão de Pv 3.12 (e Hb 12.7), mas que novamente devem ser examinadas no seu contexto. Lá elas estão inseridas na relação pai-filho, e naquele contexto a disciplina é sofrer castigo. Contudo, é estranho a João falar de Cristo como o Pai dos discípulos. Igualmente falta no trecho qualquer vestígio de sofrimento por castigo. Por um lado, entre amigos focaliza-se a palavra da verdade: Eu repreendo (―corrijo‖). O amigo rejeita tudo o que não for verdade. Inexoravelmente ele examina as obras e cita de forma aberta o que for imprestável. Segue-se a palavra da punição: Eu disciplino. Ele ameaça com ira ardente, destroça a presunção, exige conseqüências e ordena o arrependimento. Tudo isso se espelha na mensagem à igreja. Ela também está entremeada da busca pela atenção, o chamado para despertar e convidar. Ainda que não seja possível o elogio, nem por isso há falta do amor. Também na ira o Senhor se lembra de sua misericórdia e ―não é com prazer que ele nos causa sofrimento ou dor‖ (Lm 3.33 [BLH]).
Sê, pois, (daqui em diante) zeloso e arrepende-te. A primeira das duas exortações está na forma verbal de continuidade. Aos anos de mornidão (v. 16) devem seguir-se anos de zelo. Que sejam tomados do zelo de Jesus quando purificou o templo (Jo 2.17) e que seja queimado o zelo antigo, impuro, que fez da comunidade uma casa de comércio. Fora com o ativismo afundado no mundo, com o regatear, acumular, trabalhar, correr e apressar-se por nada! O nome, o reino e a vontade de Deus passam a determinar os pensamentos de forma nova.
20 Arrependimento desencadeia-se diante de Cristo, e somente diante dele (EXCURSO 1d): Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa. Na Antigüidade se podia solicitar ingresso numa casa de duas maneiras: ou se batia com uma argola metálica, ou simplesmente se chamava. Aqui ressoam ambos, a batida e a voz, um sinal da premência da vontade. Como é que os laodicenses ouviam a voz de Jesus? Por doença, sofrimento ou acontecimentos históricos? Conforme Jo 10.3,27; 18.37 e sobretudo conforme as sete exortações ―ouça!‖ nos ditos de gravação, cabe considerar o falar do Espírito precisamente nessas mensagens às igrejas. Nelas o Senhor se apresentava e se apresenta às suas igrejas, fazendo ressoar a sua voz.
Embora não lhe faltem chaves (Ap 1.18; 3.7), ele deixa a abertura por conta das próprias pessoas. Distancia-se de todos os meios violentos de penetrar no pecador, abordando-o com o amor mais nobre. Não existem hóspedes mais distintos que ele e seu Espírito. Diante dele pessoas se tornam novamente verdadeiros seres humanos, responsáveis até o extremo. Por isso também são culpadas ao extremo quando trancam esse amor do lado de fora.
Quando Jesus entra no recinto daquele que lhe abre? Na sua segunda vinda? Em passagem alguma é ensinado que o Senhor entra em pessoas isoladas na ocasião de sua volta. Ou será que essa entrada sucede quando se celebra a Ceia do Senhor? Como tentamos evidenciar pela tradução, o texto usa uma palavra muito genérica para falar de uma refeição comunitária, que não deveria ser relacionada de imediato com a celebração da Ceia do Senhor: e cearei com ele. Como comparação devem ser observados versículos de João que falam da vinda do Senhor exaltado por meio do Espírito: Jo 14.23,18; 16.7,13,22. Ele passa imediatamente por cada porta que se abre para ele por meio do arrependimento. Lá dentro não há necessidade de esperar pela próxima celebração da Ceia do Senhor. Sua presença no Espírito Santo (à semelhança de Mt 28.20; 18.20) é caracterizada assim: e cearei com ele, e ele, comigo. Talvez a inversão indique uma troca de papéis. O hóspede torna-se anfitrião. O Jesus que entrou providencia o copo cheio e o pão da vida. Visto que em última análise o arrependimento acontece às suas custas, arrependermo-nos é para nós uma ―obra alegre‖ (Lutero).
21 Aquilo que até aqui caracterizou a última missiva, a saber, a máxima culpa, o mais extremo perigo, o mais insistente chamado ao arrependimento, o mais intenso amor, isso também se prolonga no oráculo do vencedor (EXCURSO 1f): novamente um ápice, a saber, uma promessa mais sublime. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono. O ―comigo‖ do v. 20 prolonga-se até a consumação. ―Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória‖ (Jo 17.24). A comunhão de mesa secreta é transformada em comunhão de trono pública. A ilustração tem sentido por causa das amplas salas dos tronos na Antigüidade. Porém, é tão somente uma ilustração, que tenta expressar o inexprimível. O vencedor é acolhido numa comunhão de trono já existente anteriormente: assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. A partir do cap. 5 o leitor da Bíblia sabe a que data o Senhor está aludindo e de que espécie era essa vitória: Ele venceu na Sexta-Feira da Paixão, quando morreu pelo mundo e também por Laodicéia. É desde então que ele reina (cf. nota 162). Entretanto, sua igreja ainda se encontra na luta da fé, até que também ela possa assentar-se.
O judaísmo ensinava que no céu ninguém além de Deus está sentado. Todos os demais estão de pé. Diante desse pano de fundo essa promessa é intensificada de uma maneira que extrapola todas as medidas e conceitos. O trono de Deus constitui a figura central do Apocalipse de Ap 1.4 a 22.4. Ele é mencionado em 47 passagens. Ele é o ponto de partida de todos os acontecimentos no céu e na terra, no mundo antigo e no novo. Sobre esse trono, porém, Cristo ―preparou um lugar‖ (Jo 14.2) para sua igreja em Laodicéia. Essa palavra é afirmada numa hora em que a igreja ainda é morna. Jesus lhe oferece a última coisa que possui, sua comunhão com o Pai no trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Que diz o Espírito às igrejas através dessa última mensagem, resumidora? Ele fala de Jesus! Jesus é o Amém [masculino], a fiel testemunha, o Primeiro da criação, o Juiz, o purificador do templo, o comerciante, amigo, hóspede, anfitrião, o vencedor e entronizado, e o Filho. Assim cumpre-se Jo 16.14: ―Ele me glorificará‖, ainda que fale sobre pecado, arrependimento, juízo e salvação.
Não seria espiritualmente correto depreender desses dois capítulos nada mais que ―Tu deves!‖. Eles representam uma imponente nova proclamação do Senhor Jesus, para que sua igreja não se torne uma igreja de aparências. Certamente ela própria está sendo desmascarada nesse processo. Mas igualmente está sendo manifesto aquele que diz: ―Eu sou‖, ―eu conheço‖, ―eu quero‖, ―eu venho, eu dou.‖

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Para meus Alunos


COMENTÁRIO
O TEMA DE ATOS DOS APÓSTOLOS: O ENVIO DOS DISCÍPULOS ATÉ OS CONFINS DA TERRA - Atos 1.1-8 (em sua Terra)
A ASCENSÃO DE JESUS - Atos 1.9-12
A ESPERA EM ORAÇÃO PELA EFUSÃO DO ESPÍRITO - Atos 1.13-14
A ELEIÇÃO PARA A VAGA DO 12º APÓSTOLO - Atos 1.15-26
A VINDA DO ESPÍRITO NO DIA DE PENTECOSTES - Atos 2.1-13
O “SERMÃO PENTECOSTAL” DE PEDRO - Atos 2.14-36
O CHAMADO À CONVERSÃO E SALVAÇÃO - Atos 2.37-41
A VIDA DA PRIMEIRA IGREJA - Atos 2.42-47
A CURA DO COXO - Atos 3.1-10
NOVA PREGAÇÃO NO TEMPLO - Atos 3.11-26
O PRIMEIRO INQUÉRITO DIANTE DO SINÉDRIO - Atos 4.1-22
O RELATO PERANTE A IGREJA E A ORAÇÃO DA IGREJA - Atos 4.23-31
UM SEGUNDO RELATO SOBRE A VIDA DA PRIMEIRA IGREJA - Atos 4.32-37
ANANIAS E SAFIRA - Atos 5.1-11
UM TERCEIRO RELATO SOBRE A VIDA DA PRIMEIRA IGREJA - Atos 5.12-16
O SEGUNDO INTERROGATÓRIO PERANTE O SINÉDRIO - Atos 5.17-42
A ESCOLHA DOS SETE - Atos 6.1-7
ESTÊVÃO E O COMEÇO DO PROCESSO CONTRA ELE - Atos 6.8-15
O DISCURSO DE ESTÊVÃO - Atos 7.1-53
O FIM DE ESTÊVÃO E A PERSEGUIÇÃO DA IGREJA POR SAULO - Atos 7.54-8.3

(o envio a Samaria)
O EVANGELHO CHEGA A SAMARIA - Atos 8.4-25
UM ETÍOPE ACEITA A FÉ - Atos 8.26-40
A CONVERSÃO E VOCAÇÃO DE SAULO - Atos 9.1-19a
A PRIMEIRA ATUAÇÃO DE SAULO EM DAMASCO E JERUSALÉM E SEU TÉRMINO - Atos 9.19b-30
A ATUAÇÃO DE PEDRO EM LIDA E JOPE E A RESSURREIÇÃO DE TABITA - Atos 9.31-43
CONVERSÃO E BATISMO DOS PRIMEIROS GENTIOS NA CASA DE CORNÉLIO - Atos 10.1-48
PEDRO JUSTIFICA A ADMISSÃO DE GENTIOS NA COMUNIDADE DO MESSIAS JESUS - Atos 11.1-18
O COMEÇO DE UMA IGREJA GENTIA CRISTÃ NA ANTIOQUIA COSMOPOLITA - Atos 11.19-26
A PRIMEIRA COLETA GENTIA CRISTÃ PARA JERUSALÉM - Atos 11.27-30
A MILAGROSA LIBERTAÇÃO DE PEDRO DA PRISÃO - Atos 12.1-19
A MORTE DE HERODES - Atos 12.20-25
A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (o envio a primeira viagem aos confins da Terra)
O ENVIO DE BARNABÉ E PAULO 1 – O TRABALHO EM CHIPRE - Atos 13.1-12
2 – O COMEÇO DA MISSÃO NO PLANALTO DA ÁSIA MENOR O EVANGELHO NA ANTIOQUIA DA PISÍDIA - Atos 13.13-52
3 – Paulo e Barnabé em Icônio - Atos 14.1-7
4 – Evangelização em Listra - Atos 14.8-20
5 – Retorno pelas igrejas fundadas - Instalação de presbíteros - Volta para Antioquia com o relato diante da igreja - Atos 14.21-28
O CONCÍLIO DOS APÓSTOLOS - Atos 15.1-35
EXCURSO: A relação entre At 15 e Gl 2.1-10
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (o envio a Segunda Viagem aos Confins da Terra)
1 – A NOVA PARTIDA - Atos 15.36-41
2 – NAS ANTIGAS IGREJAS. A VOCAÇÃO DE TIMÓTEO - Atos 16.1-5
3 – A ENIGMÁTICA CONDUÇÃO ATÉ TRÔADE - Atos 16.6-10
4 – O COMEÇO EM FILIPOS - Atos 16.11-15
5 – O CARCEREIRO DE FILIPOS - Atos 16.16-40
6 – A EVANGELIZAÇÃO EM TESSALÔNICA E BERÉIA - Atos 17.1-15
7 – PAULO EM ATENAS - Atos 17.16-34
8 – PAULO EM CORINTO - Atos 18.1-17
O FIM DA SEGUNDA E O COMEÇO DA TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA - Atos 18.18-23
 (a terceira aos confins da Terra)
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
1 – APOLO EM ÉFESO E CORINTO - Atos 18.24-28
2 – PAULO E OS DISCÍPULOS DE JOÃO EM ÉFESO - Atos 19.1-7
3 – A ATUAÇÃO DE PAULO EM ÉFESO - Atos 19.8-12
4 – A VITÓRIA SOBRE A FEITIÇARIA EM ÉFESO - Atos 19.13-20
5 – PLANOS DE VIAGEM DO APÓSTOLO - Atos 19.21-22
6 – TUMULTO CONTRA O EVANGELHO EM ÉFESO - Atos 19.23-40
O FINAL DA TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA E O COMEÇO DA VIAGEM A JERUSALÉM - Atos 20.1-12
EM VIAGEM PARA JERUSALÉM
1 - O ITINERÁRIO - Atos 20.13-16
2 – A DESPEDIDA DOS PRESBÍTEROS EM MILETO - Atos 20.17-38
PARTINDO DE MILETO: PAULO EM TIRO, PTOLEMAIDA E CESARÉIA - Atos 21.1-14
PAULO EM JERUSALÉM
1 – UMA TENTATIVA DIPLOMÁTICA DE SALVAÇÃO - Atos 21.15-26
2 – TUMULTO NO TEMPLO E APRISIONAMENTO PELOS ROMANOS - Atos 21.27-40
3 – O ÚLTIMO DISCURSO A SEU POVO - Atos 22.1-21
4 – PAULO PROTEGIDO NA PRISÃO DOS ROMANOS - Atos 22.22-29
5 – NEGOCIAÇÃO PERANTE O SINÉDRIO - Atos 22.30-23.11
OUTRO ATENTADO CONTRA PAULO
TRANSFERÊNCIA DO APÓSTOLO PARA CESARÉIA - Atos 23.12-35
PAULO EM CESARÉIA
1 – A AUDIÊNCIA PERANTE O GOVERNADOR FÉLIX - Atos 24.1-23
2 – O DIÁLOGO COM FÉLIX - Atos 24.24-27
3 – A TRAMITAÇÃO PERANTE O GOVERNADOR FESTO E A APELAÇÃO AO IMPERADOR Atos 25.1-12
4 – DIÁLOGO DO GOVERNADOR COM AGRIPA SOBRE PAULO. PAULO É APRESENTADO AO CASAL REAL. - Atos 25.13-27
5 – O DISCURSO DE PAULO PERANTE FESTO E AGRIPA- Atos 26.1-32
A VIAGEM POR MAR ATÉ ROMA - Atos 27.1-44
NA ILHA DE MALTA - Atos 28.1-10
A CHEGADA NA ITÁLIA E EM ROMA - Atos 28.11-16
PAULO EM ROMA
DEBATE COM OS LÍDERES DO JUDAÍSMO. O TESTEMUNHO LIVRE E DESIMPEDIDO DE PAULO. - Atos 28.17-31
EPÍLOGO

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sossegar!

SOSSEGAR PARA INICIAR UMA NOVA HISTÓRIA

Mateus 16:13 “Indo Jesus para os lados de Cesareia de Felipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?”

“O importante é começar bem”! Quem nunca ouviu essa frase em palestras motivacionais ou na faculdade? É uma frase verdadeira. No entanto ela está incompleta, pois a vida não é feita apenas de começos, mas de continuidade também. As pessoas se preocupam com o início de tudo, mas esquece-se de andar bem em todos os passos posteriores.
O Senhor Jesus ensinou com palavras e prática a importância de continuar bem. No texto que nós lemos a cima vemos o Senhor no ápice do seu ministério, com dezenas de pregações, milagres e curas, e com milhares de pessoas o seguindo. Porém, Ele percebeu que uma nova história se aproximava no seu mistério. Uma história de abandono ao invés acolhimento, de perseguidores ao invés de seguidores. Chegava o tempo do amargor.
Dos capítulos 13 ao 16 de Mateus, Jesus tenta se separar para ter um momento a sós 10 vezes (13:53; 14:13; 14.22; 14;23;15.14; 15.21; 15.29; 16.4; 16.13; 17.1). Nesse texto Ele foi mais objetivo e resolve conduzir os discípulos a 37 km de distância da Galileia, a Cesareia de Felipe. Lá o Senhor desejava um momento de sossego com os 12 para dar início a uma nova história no ministério, Ele precisava saber deles o que estes pensavam ser o Filho do Homem.
O início de um novo tempo não é a desconstrução do anterior. Pelo contrário. É você se utilizar de toda experiência dos dias anteriores e aplicar com mais sabedoria e fé nos dias que estão por vir. Mas, entre uma estrofe e outra existe algo no meio, um interlúdio. Uma oportunidade das vozes cessarem e deixar a cargo dos instrumentos o preenchimento do vazio musical. Na nossa vida esse interlúdio chama-se sossegar.
Deus muitas vezes nos leva para uma Cesareia, um lugar distante para nos ensinar a parar e perceber que está se iniciando um novo tempo. Dias de novas oportunidades, de mais intimidade, onde veremos o Senhor mais de perto. Porém prepare-se, pois esses novos tempos podem ser de grande prova, onde sua fé no Messias será testada. O inimigo com seus companheiros virão contra nós, mas, no entanto, a Palavra nos garante que eles não prevalecerão contra nós.

Para passarmos bem por esse interlúdio devemos seguir alguns princípios:
1) Que estar só nem sempre é estar na solidão, e sim, estar mais próximo do Senhor em uma Cesareia distante das multidões.
2) Nesses tempos de interlúdio, Deus está muito mais preocupado com nossa fé do que com o nosso bem estar.
3) Não precisamos temer o futuro, pois o a nossa força está no nosso Messias.

Com esses princípios bem guardados em nossa mente teremos plena condição de passar para uma nova história, ou um novo momento de nossas vidas, pois o Senhor é o nosso alicerce, é aquele que nos guia pela mão. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Precisamos Orar!

MUNDO
45 ANOS DE PRISÃO
Pastor peruano vai a tribunal por pregar contra homossexuais nos EUA
    O pastor peruano José Linares, fundador do Movimento Pro-Família (International CIPROFAM) pode ser condenado a 45 anos de prisão nos Estados Unidos por pregar contra o homossexualismo. No estado de Massachusetts, as leis são tão severas em relação a homofobia que mais de 400 líderes religiosos já foram presos.
    O pastor foi preso pelo “Crime de Ódio” e de acordo com um de seus advogados ele “está sendo incentivado pela leitura de sua Bíblia, falando de Cristo para seu companheiro de cela”. Sobre a prisão, o representante diz que lamenta a decisão do juiz e se preocupa com o caso.
    “Estamos preocupados com a violência dos manifestantes gays e do Estado. E como a imprensa tem sido indiferente sobre este caso, estamos tomando medidas, se tudo for favorável, ele está fora do país o mais rápido possível”, disse o Dr. James Lockett para a agência La Voz.
   José Linares é casado com Iris Linares com quem tem dois filhos, nos últimos meses sua família tem sido alvo de ataques de militantes gays. Se o pastor for condenado poderá passar 45 anos atrás das grades, o processo contra ele foi movido por uma organização LGBT que o acusa de ser o responsável pela morte de um jovem gay, depois que fez um comentário sobre o homossexualismo em uma rádio.
    “Tudo é uma armação dos ativistas LGBT, que sempre buscaram silenciá-lo e trancá-lo em uma prisão com falsos argumentos”, disso o advogado alegando que o grupo de homossexuais tem muito espaço na mídia, fazendo pressão para que o pastor seja condenado.
Data: 28/10/2011 09:20:58
Fonte: Noticias Cristinianas

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

1 Co.12.58


58 Na seqüência Paulo encerra esse magnífico capítulo. Esse final é surpreendente e, não obstante, ―paulino‖ e genuinamente bíblico. Não é na mera gratidão em si que Paulo prende a igreja. Instrui-a não para ilustrar repetidamente o grandioso futuro. Sua conseqüência, seu “por isso”, é completamente diferente. Ele a remete à atualidade justamente a partir do incrível futuro, enviando-a no presente para a luta, o sofrimento e o trabalho. “Por isso, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, sempre transbordantes na obra do Senhor, sabendo que nosso trabalho (de fato) não é vão no Senhor” [tradução do autor].
Paulo tem grandes preocupações, infelizmente justificadas, em relação aos coríntios. Agora, porém, com vistas ao futuro que com sua glória há de aperfeiçoar a tudo, sua palavra a eles se torna calorosa. Chama-os “meus amados irmãos”. Vê-os no alvo, junto consigo, como a grande irmandade em torno do primogênito irmão Cristo. Tudo o que ameaça e deforma será passado. Assim ele abraça a todos eles em Corinto com renovado amor.
Entretanto o amor não é cego. Paulo vê que justamente esses ativos coríntios são ―volúveis‖ demais. Aquilo que Paulo mais tarde escreve aos efésios vale também para os coríntios. Não mais devem ser ―meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro‖ (Ef 4.14). Será que não se tornarão finalmente ―firmes, inabaláveis‖? Paulo pede-lhes isso. Essa posição firme e inabalável está enraizada justamente também na grande esperança. De forma análoga Paulo diz aos colossenses ameaçados por uma heresia: ―Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho‖ (Cl 1.23). Igualmente a carta aos Hebreus exorta uma igreja ameaçada e vacilante: ―Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel‖ (Hb 10.23). A partir do grande alvo determina-se e configura-se tudo. Se não se deixarem ―demover‖ da mensagem neste ponto, todo o resto também ficará bem. Cumpre à igreja ficar ―firme, inabalável‖ não apenas diante das concepções falsas em seu próprio meio. Ela precisa ficar igualmente ―firme, inabalável‖ em todas as lutas e sofrimentos que mais cedo ou mais tarde hão de sobrevir-lhe tanto quanto às demais igrejas. Ainda que os coríntios estejam expostos a perigos a toda hora e ainda que tenham de morrer dia após dia (v. 30s), eles serão capazes disso somente se ―guardarem firmes, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança‖ (Hb 3.6).
Essa constância e imutabilidade, no entanto, não tem nada a ver com enrijecimento. Paulo ao mesmo tempo deseja à igreja que seja “sempre transbordante na obra do Senhor”. Nossa palavra ―transbordar‖ representa uma reprodução apropriada do termo grego perisseuein, pelo fato de que traz as duas conotações do conceito grego: a abundância da riqueza e o crescimento nela. Quando uma vasilha se enche de modo constantemente crescente, ela por fim transborda. É assim que Paulo deseja ver a igreja: “transbordante na obra do Senhor”. A respeito de Timóteo ele dirá em 1Co 16.10 que está atuando na obra do Senhor como também ele, o próprio Paulo. Contudo para Paulo está completamente afastada a idéia de que somente eles, recursos humanos ―de tempo integral‖ com títulos eclesiásticos, estejam nessa obra, enquanto a igreja seria apenas o objeto passivo de seu serviço. É verdade que ele não ignora a tarefa insubstituível dos que foram chamados por Deus para fundar igrejas: ―Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós‖ (1Co 3.9). Mas se, portanto, a igreja como ―lavoura de Deus e edifício de Deus‖ também pode ser objeto do serviço apostólico, ela ao mesmo tempo não deixa de ser integralmente sujeito do trabalho para Deus e participante vivo da ―obra do Senhor‖. Não deve prestar apenas auxílio ocasional às pessoas dirigentes, mas participar de forma abundante e sempre crescente na obra do Senhor. Novamente é preciso que entendamos o genitivo como de objeto e de sujeito. A ―obra do Senhor‖ é aquilo que nós fazemos para o Senhor e lhe oferecemos como engajamento e trabalho. No fundo, porém, ela é a atuação do próprio Senhor, no qual ele envolve a nós e sua igreja. É o trabalho contínuo do amor salvador de Jesus, que nos toma como instrumentos e que chega aos outros por meio de nós. Por isso Paulo também não precisa dizer em detalhe aos coríntios o que agora lhes cabe fazer ―na obra do Senhor‖ como ―colaboradores de Deus‖. Como membros vivos do corpo de Cristo eles reconhecerão isso pessoalmente em várias outras ocasiões. E as pessoas com o dom profético em seu meio os ajudarão nisso. Diante do magnífico futuro a igreja não tentará apenas realizar penosamente uma ou outra coisa, mas ―transbordará‖ no incansável engajamento de corações ardentes pela grande causa de Deus em Corinto, na Grécia, em todo o mundo.
Obviamente isso não é mero prazer. Para o próprio Jesus a ―obra do Senhor‖ significou suportar os mais pesados fardos, significou suor de sangue e intenso trabalho de cruz. Em consonância, também a nossa participação em sua obra demanda empenho total e trabalho duro. Não é uma bela atividade secundária para enriquecimento de nossa própria vida. É preciso kopos, ou seja, esforço, desgaste, laboriosidade. A isso se agrega também a tribulação que o profeta já conhecia (Is 49.4) e que tampouco era desconhecida do próprio Paulo (Fp 2.16): será que todo o nosso empenho é em vão? Não experimentamos decepção após decepção? Não, os coríntios podem “saber”, precisamente a partir da ressurreição, que seu trabalho (de fato) não é vão no Senhor”. Está chegando a grande colheita que recompensa todo o trabalho. Porque seu engajamento não visa sucessos temporais, transitórios, como acontece em todos os trabalhos na terra. Pelo fato de que a ressurreição é real, o esforço deles pode obter resultados não-transitórios, eternos. Nesse mais profundo sentido ele ―não é vão no Senhor”.